domingo, 20 de dezembro de 2009

Prioridades trocadas?

Esta semana o Governo aprovou a lei que autoriza os casamentos entre pessoas do mesmo sexo. A questão que se coloca é se esta lei era prioritária...

Neste momento, em que o país ainda vive em crise, a preocupação do Governo caiu em algo que se desvia das principais preocupações dos portugueses. Temos uma pandemia a percorrer, não só País mas todo o Mundo; os protestos no sector da Educação são cada vez mais; o desemprego aumenta de dia para dia; inúmeros casos de Justiça pendentes, uns mais recentes outros mais antigos (Casa Pia, Freeport, etc..); o Orçamento de Estado para 2010 ainda não foi aprovado e, no entanto, a urgência foi para os casamentos entre homossexuais.

Muitos, a favor desta lei, podem encarar este post como homofóbico, mas eu não estou a tomar partido pró ou contra a lei, mas sim a constatar que este não foi o momento mais oportuno para tratar do assunto.

Vejamos os factos através de duas simples perguntas:

- Quantos portugueses são afectados pela aprovação da lei a favor dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo?

- Quantos portugueses são afectados pela aprovação do Orçamento de Estado para 2010?

Em resposta à primeira questão: alguns milhares. Em resposta à segunda: alguns milhões, incluindo todos os que estão inseridos na primeira questão!

É impensável o facto de estarmos no final de 2009 sem que exista um Orçamento estruturado para o próximo ano. E o pensamento dos ministros foi para os casamentos homossexuais! O que lhes passou pela cabeça? Parece que foi algo feito apenas para chatear um pouco os membros da Oposição e o próprio Presidente da República que, muito bem, se recusa a alongar em comentários a esta aprovação.

Qual será a próxima lei a surgir da 'cartola' do Governo? Provavelmente outra que poderia, certamente, esperar mais alguns meses. No nosso País os gays não são perseguidos. Se o Governo tratasse dos outros assuntos urgentes que estão pendentes e só depois passasse a esta questão, quais seriam os problemas que acresciam aos homossexuais? Estes poderiam sempre viver juntos, ter as suas vidas e esperar pela aprovação da lei, quando chegasse o momento para esta ser debatida.

Para já, esta nova lei não traz nada vital aos portugueses e apenas afasta o Governo das questões vitais à sobrevivência de uma Nação.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

O dia em que a terra tremeu

Ontem foi um dia que ficou marcado por um sismo que abalou tudo, um pouco por todo o país. Um abalo de grau 6,0 na escala de Richter que durou aproximadamente dois minutos (seguido de várias réplicas inferiores - a maior rondou 3,3 na escala de Richter), o tempo suficiente para assustar muitos portugueses, especialmente os que viveram o sismo de 1969.

Em '69 os danos foram visíveis, com algumas casas a desabar parcial ou totalmente, mas desta vez não há registo de grandes estragos... Apenas umas falhas eléctricas no concelho de Lagos.

Não passou de um susto provocado pelo movimento das placas tectónicas da Euroásia e de África, 140 quilómetros a oeste do Cabo de São Vicente, de acordo com os dados do Instituto de Meteorologia. Ora perto desse ponto localiza-se a falha do Marquês de Pombal, a mesma que foi responsável pelo famoso terramoto de 1755, levando à destruição da Baixa de Lisboa, juntamente com milhares de mortes, em especial devido maremoto gerado depois deste.

Infelizmente teremos cada vez mais sismos, pois as placas estão em constante movimento... Basta ver por exemplo que os Himalaias não existiam há uns milhões atrás, tendo surgido devido ao movimento da Placa Indiana com a Euroásia, se não estou em erro.

Para além do Algarve, penso que existem mais dois pontos do País que devem estar mais preparados para este tipo de acontecimentos geológicos: Açores e Alentejo.

Os Açores contam com a presença de três placas: Euroásia, África e Americana. Pode ser uma triângulo perigoso, um 'Triple Threat'. Prova disso são as actividades sismológicas, de baixo grau, sentidas constantemente nas ilhas açoreanas.

Quanto ao Alentejo, é percorrido pela Falha da Messejana, no sentido noroeste-sudeste, uma transversal à falha a sul do Algarve.

Outra coisa que quero destacar aqui é algo que considero uma idiotice: a criação de um grupo na rede social facebook com o título 'Eu sobrevivi ao terramoto de 2009'. Do meu ponto de vista, trata-se de uma falta de respeito para com todas as vítimas, ou familiares das mesmas, que sofreram devido a sismos. Utilizar algo que poderia ter sido devastador como uma brincadeira não será a forma mais correcta de lidar com o assunto. Lembrem-se de todos os que passaram pelo terramoto de 1969 antes de criar 'brincadeiras' do género, pois certamente eles não irão achar tanta piada.

Termino este post com um agradecimento especial a David Mendes, meu professor de Ciências da Terra e da Vida no secundário, que me transmitiu os conhecimentos de geologia indispensáveis para perceber os acontecimentos da noite passada.

sábado, 12 de dezembro de 2009

A vacinação

Apenas metade dos portugueses que integram os grupos de risco para a gripe A aceitou ser vacinada, pelo que o Ministério da Saúde tem actualmente um número excedentário de vacinas. O Ministério tem agora que ponderar o que fazer a este excesso de vacinas para combate da pandemia mundial. Esta semana, a ministra da Saúde, Ana Jorge, admitiu que doar as "sobras" a países mais desfavorecidos é uma opção.

A questão que se coloca neste caso é a seguinte: Portugueses que não pertençam a grupos de risco não têm importância?

Tudo bem que se pode considerar esta acção muito generosa mas será que o Governo não devia colocar em primeiro lugar portugueses e só depois os outros países?

Provavelmente, se disponibilizassem a vacina a toda população portuguesa, muitos se iriam recusar a ser vacinados. Mas hipótese de escolha não deve pertencer a cada pessoa em particular?

Não deveriam os órgãos de gestão do País ter em conta as necessidades de quem os elegeu e, que no fundo, fazem com que no final do mês lhes paguem o ordenado?

45 milhões de euros é o custo total das vacinas para Portugal. Se todos os que trabalham e pagam impostos estão, indirectamente, a pagar essa despesa, porque são os outros países colocados à frente?

Talvez seja necessário mais algum tempo de ponderação aos órgãos de soberania portugueses...