quarta-feira, 30 de junho de 2010

Faltaram-lhe os 'cojones'!


E pronto, Portugal está fora do Mundial e finalmente os 23 eleitos do mister Queiroz e o próprio podem regressar a este belo país à beira-mar plantado e deixarem de gastar milhões de euros para fazerem figuras tristes! Sim, figuras tristes, pois foi o que mais fizeram lá. Entre os casos que ainda estão por explicar, como o regresso repentino de Nani (tão aclamadas inicialmente como arma secreta da Selecção) ou os amuos de Deco, a estadia na África do Sul ficou marcada por várias situações semelhantes.

Amuado pareceu também Cristiano Ronaldo pois, no final do encontro em que foi derrotado pela Espanha, não quis fazer comentários e disse que se quisessem "saber porque Portugal perdeu perguntem a Carlos Queiroz".

Mais tarde (certamente após levar um raspanete), efectuou um comunicado onde rectificava as suas palavras, dizendo que não culpava o seleccionador pela derrota e que tudo não passara de uma má interpretação das suas palavras. "Não criem fantasmas onde eles não existem", rematou.

Mas o que não falta neste conjunto são fantasmas! O próprio Cristiano não passou de um mero espectro durante o encontro, pois ninguém o via e quando decidia aparecer no relvado era para fazer disparates, como rematar 10 metros ao lado ou por cima da baliza quando podia passar a outro companheiro melhor colocado.

Queiroz foi igual a si próprio. Nos outros jogos já tinha começado a inventar, trocando as posições de jogadores e efectuando substituições, como a incompreensível entrada de Ricardo Costa no onze inicial. Já que não meteu o Miguel em campo, pelo menos tinha escolhido o Paulo Ferreira para essa posição. Eu que nem gosto muito do Paulo Ferreira desde que ele no Europeu de Portugal fez um passe que permitiu à Grécia marcar no jogo inaugural da competição, preferia vê-lo jogar do que ao Ricardo Costa. Mas este mostrou que também não era no campo o seu lugar e fez-se, estupidamente, expulsar. Se a competição fosse para saber que conseguia maior número de cartolinas vermelhas, este defesa português estaria em grande: em nove jogos pela selecção já conta com duas expulsões!

Asneira maior a de Queiroz quando decidiu colocar o Danny na equipa e tirou Hugo Almeida. Só por acaso, o Hugo Almeida era o elemento que mais perigo estava a levar à baliza de Iker Casillas. O técnico português decidiu ser solidário com 'nuestros hermanos' e tirar o que os ameaçava! E porquê o Hugo Almeida? Porque não teve coragem, ou melhor, 'cojones' para tirar o Ronaldo de campo. Ronaldo não estava a jogar nada mas não podia sair, pois iria deixar o menino chateado ou os inúmeros fãs iriam protestar por tirarem o seu ídolo! É preferível perder o jogo do que tirar aquele que foi considerado o segundo melhor jogador do Mundo. Vender camisolas e andar a engatar gajas é com ele. Agora jogar? Isso é que é mais complicado, pelo menos na Selecção tem-se visto.

Vicente Del Bosque não teve esse problema. Fernando Torres não estava a dar rendimento e saiu. Azar se é estrela lá no clube dele (Liverpool) ou o melhor a jogar lá no bairro! Interessa quem dá produtividade à selecção e mais nada.

E assim se perde uma ida aos quartos-de-final do Mundial.

Espero que o Mourinho lá no Real amacie aqui o CR7. "SE NÃO JOGAS ESTÁS FORA! QUERO LÁ SABER SE CUSTASTE 93 MILHÕES!"

Pode ser também que desta vez mandem o Queiroz de volta para Inglaterra, para o seu cargo de adjunto do sir Alex Ferguson, de onde não deveria ter saído.

Ainda tenho esperanças que, depois de vencer o Mundial com a Argentina (porque não há dúvidas quanto ao vencedor, basta ver o pequeno Messi a dar conta de seis ao mesmo tempo), Diego Armando Maradona escolha um desafio maior e viaje até Portugal para meter esta equipa nos eixos, com o seu estilo único, espalhafatoso e fora dos parâmetros comuns. 'El Pibe' seria o indicado para pôr todos, incluindo o amuadinho Cristiano, a jogarem a sério, com amor à camisola! Porque se não há amor à camisola, se não se orgulham por representar o seu País, como esperam ser os melhores do Mundo?

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Como que em jeito de homenagem...

23 de Junho de 2009. Foi nesse dia, faz hoje exactamente um ano, que cheguei ao jornal. Com receio do que poderia encontrar, em especial por sentir que poderia não estar preparado para desempenhar as tarefas que me fossem exigindo.

Ainda assim a vontade de aprender mais, de poder estar entre os melhores no que faço, motivou-me para trabalhar mais, sugerir ideias. Claro está que contei com a ajuda de várias pessoas (em especial da secção de Cultura em que estava inserido, mais tarde no desporto e no online).

O desejo de querer sempre melhorar os meus trabalhos, perceber o que se pode mudar teve as suas vantagens, com o enriquecimento a nível de conhecimentos. No entanto, trouxe também a necessidade de maiores sacrifícios, como alguns alguns amigos me fizeram notar, por estar menos vezes disponível para eles e até mesmo para a família.

O cansaço por vezes acumula-se, as saudades das pessoas e dos tempos em que podia estar mais livre perpassam pela mente, especialmente quando me dizem: "epá nunca vens cá para estar connosco".

Muitos poderiam ir abaixo com tudo isto. Mas não eu. Não porque sou mais forte que outros mas sim porque há algo que me faz ter energia todos os dias, que me faz acordar e ir trabalhar e levar a informação a todo o País (ou mesmo aos que estão lá fora).

O facto de poder estar onde estou é o cumprimento de um objectivo mas também uma forma de homenagem a uma pessoa muito especial. Infelizmente, meses antes de terminar o curso perdi uma das pessoas mais importantes, o meu avô. Lembro-me de receber a notícia da sua morte, de recordar os momentos em que passámos juntos... Foram 21 anos durante os quais sempre me apoiou, ajudou-me no que precisava, nunca me virou as costas. Sempre que lhe pedia para ir algum lugar dizia sempre que sim, por vezes até deixava as suas tarefas de parte só para poder ajudar-me.

Poder trabalhar todos os dias num jornal que ele todos os dias saía para comprar é motivo de satisfação para mim e sei que certamente ele ficaria satisfeito por saber que consegui chegar até aqui. Poder trabalhar é, assim, também uma forma de homenagear uma pessoa única, marcante.

"Murteira". É desta forma que mais sou conhecido no local de trabalho. Apesar de ser Luís Murteira Nunes a minha assinatura, o recurso ao nome intermédio é estranho, em especial porque também o meu avô era conhecido assim, o meu avô Murteira. Que melhor forma de homenagear quem me ajudou a ultrapassar alguns dos difíceis obstáculos que me foram surgindo, alguns dos quais ainda sem ter atingido os 10 anos, do que acordar todos os dias, fazer o meu trabalho, dar o meu melhor e regressar a casa com o sentimento de dever cumprido?

sábado, 19 de junho de 2010

Deco, já estás atrasado...

Muito se tem falado neste Mundial do péssimo clima que se vive internamente em várias selecções. Portugal não tem sido excepção, com a possibilidade de Nani ter regressado a Portugal devido às más relações com Queiroz e, mais recente, a polémica em torno das declarações de Deco a atacar o seleccionador, questionando a suas opções tácticas.

Ao que tudo indica, as desavenças entre o número 20 da equipa lusa e o técnico já duram há algum tempo. Ontem o CM disponibilizou um vídeo que mostra os momentos vividos no balneário, momentos antes da equipa entrar em jogo (ainda em Portugal, provavelmente durante o estágio na Covilhã). Nas imagens, Queiroz lança o grito de equipa e o luso-brasileiro decide não participar, vira as costas e sai da sala.

Mas parece que 'saltou a tampa' a alguém, conseguindo superar as acções do médio luso-brasileiro. Falo de Nicolas Anelka, internacional francês, que não conseguiu suportar mais as péssimas decisões de Raymond Domenech. À semelhança da selecção lusa, a gaulesa também se mantém envolta em polémicas, como a teimosia em deixar Thierry Henri no banco, apesar de todo o plantel ter pedido para que este pudesse jogar.

Regressemos ao conflito entre Anelka e o seleccionador. A discussão com o avançado do Chelsea terá ocorrido no intervalo do encontro com o México (vitória mexicana por 2-0. Domenech terá posto em causa o posicionamento do jogador no esquema táctico da equipa. Insatisfeito com a movimentação de Anelka, o técnico pediu-lhe para jogar dentro da área, ao que este reclamou por não gostar de jogar como elemento fixo ao centro, preferindo movimentar-se pelos lados.

O seleccionador insistiu na ordem e afirmou que, caso Anelka não o respeitasse, seria substituído. O jogador não se ficou e disse-lhe apenas: “Vai levar no cu, filho da p***!".

Devido às suas palavras a Federação Francesa de Futebol decidiu tirar o jogador da competição. A partir de hoje, Anelka já não pertence à equipa que luta para conseguir uma vaga nos oitavos-de-final.

Pior fica a situação do treinador, pois tem que reestruturar o mapa astral da equipa. É que, segundo declarações do internacional Robert Pires, o seleccionador francês escolhe a sua equipa de acordo com os seus signos. Terá sido este motivo para não ter utilizado Henry no jogo com o México, pois este é 'leão' e em campo já estava Gallas, que nasceu no mesmo dia que 'Titi', algo que alegadamente "atrai problemas". Se Anelka está fora terá que recorrer novamente a Henry, algo que lhe pode trazer azar. Mas há maior azar do que o dos últimos em que contaram uma derrota e um empate? Só se fossem duas derrotas!

Será que Deco vai seguir o exemplo de Anelka e finalmente expressar o que sente por Queiroz? Certo é que o seu companheiro de equipa no campeonato inglês lhe ganhou a dianteira...

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Aprender mas de forma sensual...

Certamente que todos já vimos alguém num restaurante a engasgar-se com a comida. Nesses momentos o que se pode fazer? Existe uma manobra, inventada por Henry Heimlich em 1974, que pode ajudar nestes casos.

Por vezes existem campanhas para frequentar cursos primeiros-socorros, para que as pessoas estejam preparadas para situações em que até nem é necessário chamar uma ambulância desde que se saiba fazer bem as coisas. Muitas são as vezes em que estas campanhas até são gratuitas mas poucos são os que no final aceitam participar, alegando falta de tempo ou melhor, vêm com aquela história de que se a pessoa se engasga basta “dar umas palmadas nas costas que a coisa resolve-se”. Não é bem assim...

Nestes cursos aprendem-se manobras que se podem tornar vitais, como a manobra de Heimlich ou a manobra de boca-a-boca, muito importante nesta altura em que o pessoal vai de férias para a praia e pode engolir água…

A manobra de Heimlich, por exemplo, é simples de aprender. Basta seguir quatro passos:

1 - Posicione-se por trás da vítima e passe seus braços ao redor da cintura dela;

2 - Fechar uma das mãos e com a outra segurá-la sobre o abdómen da vítima entre o umbigo e o osso externo.

3 - Pressionar o abdómen da vítima com um movimento rápido no sentido para dentro e para cima.

4 - Deve repetir-se o movimento entre cinco a oito vezes para que seja expelido o objecto que estava a obstruir as vias respiratórias.

Através da pressão exercida, o diafragma é elevado, comprimindo os pulmões, de modo a aumentar a pressão do ar na traqueia, forçando a tosse que levará à expulsão do objecto. Isto é o básico da manobra que o médico norte-americano inventou.

No entanto, duvido que na altura, há 36 anos, Heimlich tenha imaginado que a sua manobra podia ser adaptada para uma campanha… de lingerie! É verdade, lingerie. A marca canadiana Fortnight decidiu juntar a aprendizagem da manobra com um ‘ligeiro’ toque de sexualidade.

O vídeo fala por si.



A campanha vai mais longe… No caso de não se conseguir socorrer a pessoa a tempo de lhe desobstruir as vias respiratórias, ensinam ainda os movimentos para massagens cardiorrespiratórias e o famoso boca-a-boca que, tal como referi, é importante nesta altura do ano.


No fundo, os vídeos juntam um serviço de utilidade pública ao ensinar o que se deve fazer em caso de socorro, ao mesmo tempo que apresenta a sensualidade da marca de roupa interior feminina. De uma forma algo estranha, mas não deixa de ser didáctico. No entanto, é cometida uma falha gigantesta no segundo vídeo. Quando a vítima está com problemas respiratórios devem retirar-se o que está "bloquear" o ar no peito. Assim sendo, porque deixaram ficar o sutiã?

E quem vai agora perder a oportunidade de participar nos cursos de primeiros socorros quando estes surgirem?

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Um pouco de história não faz mal a ninguém

Todos os dias no jornal me deparo com uma ou outra notícia mais bizarra. O destaque desta quarta-feira vai sem dúvida para uma que encontrei num jornal britânico.

A peça dizia que uma actriz porno japonesa de 24 anos, de seu nome Anri Suzuki (na foto), se sentia muito envergonhada pelas atitudes do seu país... em 1937! Esta jovem nipónica, além de ter uma profissão que para alguns é tida como repulsiva enquanto para outros é um espectáculo, tem ainda uma outra área em que é especialista: história Sino-Japonesa. É verdade, esta actriz porno percebe de história e, acreditem ou não, possui um doutoramento na área (continuo a referir-me à história Sino-Japonesa e não à sua outra área de trabalho).

Para quem não está a par da história que envolve a guerra entre China e Japão, vou deixar aqui uma breve explicação, de forma a perceberem as atitudes de Anri Suzuki.

Os conflitos ocorreram entre dois países em 1937, naquela que ficou conhecida como a II Guerra Sino-Japonesa (a primeira ocorreu entre 1894 e 1985 na disputa dos territórios de Taiwan, Ilhas Pescadores e Liaodong). Durante esta Segunda Guerra entre China e Japão, que terminou justamente com o final da II Guerra Mundial, teve início quando os nipónicos decidiram adquirir Taiwan e o território onde actualmente se localiza a Coreia. Os habitantes do 'país do sol nascente' diziam ter pouco terreno quando comparados com a China. Por seu turno, os chineses achavam que o Japão ficaria muito melhor se se tornasse numa das suas províncias. Uma das maiores invasões levou ao massacre de Naqim, onde, segundo historiadores do país do Rio Amarelo, mais de 300 mil civis chineses perderam a vida. Oito anos depois depois terminou com a rendição dos japoneses, devido à ajuda dos países aliados e, claro, do recurso às bombas atómicas.

Agora que está explicada a história (de forma muito resumida), é mais fácil perceber o que a jovem actriz porno/historiadora se propôs a fazer para compensar os actos do seu país no passado: Compromete-se a fazer sexo com os estudantes do país vizinho para que estes perdoem.

"Temos de respeitar o que a história nos ensina. E se não podemos alterar os factos pelo menos podemos recompensá-los”, afirmou a jovem de Tóquio que diz “estar disposta a curar as feridas da China com o corpo.”

“Ofereço-me para ter relações sexuais com estudantes universitários chineses no Japão. Acho que será uma compensação simbólica para eles”, esclareceu.

Vamos certamente assistir a um processo de "emigração" temporária de jovens chineses para o Japão a fim de obterem então o seu "pedido de desculpas".

Ora, se não me falha a memória, entre 1807 e 1810 os franceses, a mando de Napoleão, invadiram o nosso país e só não levaram o que não quiseram, pois o rei nem estava em Portugal para defender o país.

Isto para não falar de Espanha, que em 1801 nos "roubou" Olivença, embora tenha assinado em 1815, no Congresso de Viena, o Artigo 105 do Acto Final, onde o território voltava a pertencer aos lusitanos. Algo que, até hoje, não aconteceu.

E as derrotas lusas frente aos alemães durante a I Guerra Mundial?

Será que os portugueses também vão ser recompensados pelas suas perdas ou em Espanha, França e Alemanha não há livros de história?

segunda-feira, 14 de junho de 2010

À conversa com Richard Hughes, baterista dos Keane

Os Keane vêm a Portugal, ao Festival Super Bock Super Rock, no dia 16 de Julho. Richard Hughes, baterista da banda, fala sobre o novo trabalho. (EXCLUSIVO CM)

De modo a preservar esta entrevista que fiz para o jornal, decidi deixá-la também aqui. Desta forma todos poderão consulta-la. Gostariam de saber mais algumas informação? Alguma questão ficou por esclarecer? Podem dar a vossa opinião...

L.M.N. - Como surgiu a ideia de lançar um EP [‘Night Train’] em vez de um novo álbum?


Richard Hughes -
Estes são alguns temas que gravámos durante a digressão de 'Perfect Symmetry'. Apenas íamos para os estúdios de gravação em vários países quando tínhamos um dia livre, e resultou nestas músicas. Não é um álbum completo, é uma colecção de temas muito variados e diferentes que nós pensámos que as pessoas gostariam de ouvir. Foi por isso que lançámos este EP.

- E todos esses países e culturas que conheceram influenciaram, de alguma forma, estes temas?

- Essa é uma questão interessante. Penso que nos sentíamos inspirados por ir para o estúdio apenas por diversão durante a digressão. Corremos o Mundo: Europa, América, Austrália... Não tínhamos planos para lançar um EP, era apenas a diversão do momento em que gravávamos os temas. Temos mesmo um cover de uma música da Yellow Magic Orchestra, que adoramos. Depois gravámos também alguns temas com o rapper K-Naan em Londres. E foi então que percebemos que tínhamos vários temas e que seria bom lançar um EP. Actualmente é muito fácil lançar um disco e muitas bandas falam em querer tirar proveito de todas essas possibilidades mas no final poucas o fazem. Por isso tentamos aproveitar, lançando o maior número de músicas que conseguirmos.

- Porquê o título 'Night Train' para este novo trabalho?

Acho que é porque ele mostra o nosso trabalho. Gravámos enquanto estávamos em digressão e também essa é a nossa forma preferida de viajar. Se existir a hipótese de nos deslocarmos de comboio, é esse meio de transporte que escolhemos, por ser mais relaxante, mais sociável. Gostamos muito mais do que viajar de avião.

- Como surgiu a oportunidade de colaborar com o rapper K-Naan?

Tínhamos ouvido alguns temas dele. Mais tarde, um amigo do Tom viu o K-Naan a actuar em Glastonbury e disse que foi incrível. O Tom [vocalista] comprou o primeiro álbum dele e mostrou-me a mim e ao Tim. É um grande álbum! Decidimos entrar em contacto com ele e foi então que descobrimos que é fã dos Keane. Falámos com o manager do K-Naan e foi-nos dito que ele gostaria vir ao Reino Unido para gravar. E foi assim que passámos alguns dias em gravações num estúdio de Londres. Foi algo muito natural, muito fácil. É muito simpático e cheio de espírito musical. Esforçou-se bastante para estes temas. Foi muito divertido.

- E no final, gostaram do resultado?

- Sim. Acho que ficou óptimo. A voz do K-Naan funcionou muito bem com a do Tom. Tem uma voz espectacular de soul.

- Pensam em voltar a repetir esta colaboração?

Ainda não sei. Estamos muito entusiasmados para fazer o nosso próximo álbum. Estamos a fazer algumas actuações com a participação dele. Seria divertido se continuássemos a trabalhar com ele.

- Começaram há 13 anos e são considerados por muitos como lendas na vossa área. Como vêem o vosso sucesso?

- A palavra lenda é demasiado grande. Estamos muito felizes por conseguirmos chegar até aqui a fazer o que gostamos. Temos muita sorte por ter tantos fãs que se interessam pelo nosso trabalho. Apenas queremos continuar a fazê-lo, de forma livre.

- Como descreve a evolução do vosso trabalho?

- Acho que é apenas isso, uma evolução. Queremos sempre fazer coisas novas e evoluir de forma a apresentar novas ideias de acordo com a liberdade que temos. Seguimos os nossos instintos e certificamo-nos de que continuamos a gostar do que fazemos.

- Alguma vez sonhou em chegar onde está agora?

- Acho que nunca pensámos em passar do primeiro álbum [risos]. Sempre pensámos em fazer um disco e ver como resultava. Criámos um bom primeiro álbum e depois percebemos que podemos fazer outro e pensamos: "Uau, conseguimos fazê-lo novamente!". Ao atingir esse momento é o êxtase total.

- Qual considera ser o vosso melhor trabalho?

- Essa é uma pergunta difícil e ainda mais difícil de responder. Todos são diferentes. Sinceramente, não sei dizer.

- Se tivesse que escolher uma música, qual seria?

- Penso que seria 'Clear Skies'. É um novo tema surpreendente. Sem dúvida uma das nossas melhores músicas. É um tema apaixonante e com alma. É um estilo diferente de muitas outras canções nossas. Acho que é um novo lado do Tim que foi agora revelado e que, para mim, é surpreendente. Depois de todos estes anos juntos, a descoberta de um novo estilo é realmente incrível.

- Já existem planos para um novo álbum?

- Temos algumas músicas. O Tim tem escrito várias letras para um novo trabalho e já passámos alguns dias a gravar em casa dele. Eu, ele e o Jesse, pois o Tom esteve de férias. Temos já algumas ideias em mente mas, para já, não queremos preocupar-nos com isso. Vamos tentar terminar ainda este ano ou talvez no próximo. Esperamos que para o ano já esteja disponível.

- E o que têm planeado para o futuro?

- Esperamos continuar a gravar e ver o Mundo. Espero que possamos ter mais viagens pelo Mediterrâneo e aproveitar o sol [risos]. Apenas queremos olhar em frente e fazer muitos espectáculos pela Europa. Já que penso nisso, estamos a fazer poucas actuações na Europa.

- No ano passado os Keane estiveram em Portugal. Que memórias guardou do nosso País e dos fãs portugueses?

- Foi muito divertido. Temos muitos fãs em Portugal. É um país louco por nós: tocámos no Porto e foi fantástico. Tirei um monte de fotografias nesse dia. O cenário para o concerto era muito bom. E este ano estamos de volta ao País, para o Festival Super Bock Super Rock.

- Têm alguma surpresa preparada para esse concerto?

- Vamos tentar tocar alguns dos novos temas deste EP. Não sei como iremos tocar as músicas que temos com o K-Naan, pois ainda não é certo se ele pode ir connosco. Essa pode ser a surpresa...

- Quer deixar alguma mensagem aos fãs portugueses que aguardam pelo vosso concerto?

- Estamos muito entusiasmados com o concerto. Somos sempre bem recebidos, por isso sabemos que não nos vão deixar ficar mal.

Uma bomba-relógio chamada Cristiano Ronaldo

Brigadas de minas e armadilhas, cães pisteiros, controlos aéreos e terrestres, detectores de metais... Tudo isto foi utilizado antes do Inglaterra-EUA devido às ameaças da al-Qaeda efectuar durante o encontro inaugural do Grupo C no Mundial da África do Sul.

Certo é que o duelo foi disputado de forma natural e bombas nem vê-las. E a razão é simples: existe realmente um engenho explosivo, uma bomba-relógio programada para o próximo dia 15, às 14h00 (mais uma hora em Portugal), e tem um nome: Cristiano Ronaldo.

Quem o disse foi o próprio capitão da Selecção Nacional: "Quero explodir no Mundial".

Com esta frase certamente que deixou à perna tudo quanto é força de segurança sul-africana. Todos com medo de um ataque de países orientais e no final a ameaça parece vir do país mais ocidental da Europa. Desde que a Costa do Marfim não interprete isto como um ataque nuclear...

Porém, o plano do jovem madeirense tem uma falha. Alguém se esqueceu de lhe explicar que, por norma, quem explode é incapaz de repetir a façanha... Mas Ronaldo acredita que o fará mais vezes: "Não gosto de explodir só uma vez e fazer um grande Mundial".

Explodir até pode ser capaz, agora fazer um grande Mundial já deixa algumas dúvidas, tendo em conta que há dois anos que não marca um golo com a camisola das quinas. E o facto da equipa estar meio-desfalcada devido aos lesionados não deve ajudar...

Pelo menos teve a delicadeza de avisar acerca das suas intenções futuras, pelo que a partir de agora todos terão cuidados extra, como não se aproximarem demasiado do craque.

Uma coisa é certa, o segundo melhor jogador do Mundo enganou toda a gente, pois todos esperávamos outra bomba... Um 'dispositivo' de origem russa chamado Irina Shayk...

domingo, 13 de junho de 2010

Ora sai um franguinho bem passado...

Os primeiros jogos do Mundial da África do Sul não têm sido propriamente entusiasmantes. Em cinco jogos já disputados contam-se três empates e duas vitórias, sendo que apenas um viu o placar luminosos mostrar o número '2' (Coreia do Sul - Grécia, com os coreanos a vencer por 2-0). No total, até ao momento foram marcados sete tentos.

Apesar do pouco tempo decorrido e das dificuldades dos jogadores em encontrarem o caminho para as redes adversárias, temos já um candidato a um dos prémios do evento: O MELHOR FRANGO DO MUNDIAL.

O candidato surgiu no duelo entre Inglaterra e EUA. Os ingleses adiantaram-se no marcador, logo aos 4 minutos, por intermédio do capitão Steven Gerrard. No entanto, o momento marcante do encontro surgiu 36 minutos depois, ao minuto 40'. Remate de Clint Dempsey remata de fora da área e Robert Green segura... e no final não agarrou. A bola bate na palma da mão direita, contorna o guardião, que não estava à espera, lentamente, e cruza a linha de golo... Não foi bem um frango, foi mais o que se chama de perú. Ninguém queria acreditar, especialmente a equipa inglesa.
Justificar completamente
E pensar que Fabio Capello esteve na dúvida entre colocar Robert Green ou David James. Ainda bem que se decidiu pelo primeiro, pois caso contrário não teria sido possível assistir a este caricato momento (ou talvez sim). Será a Jabulami, essa maldita bola feita apenas para atazanar os jogadores, a culpada?

Certo é que nos próximos tempos será alvo de piadas fáceis. Deixo aqui um exemplo que vi num comentário ao jogo no site do 'Record': "Bem vou jantar. Tenho ali um Green assado com batata."

Ficam aqui as imagens do mau momento de Green. Vamos esperar para ver se o prémio no final será entregue ao inglês ou a outro guarda-redes... Quem sabe se o prémio não vem ainda ter a terras lusitanas...

sábado, 12 de junho de 2010

Uma praga (no) Mundial

Saddam Maake. É este o nome do próximo alvo a abater. Poucos devem saber quem é este homem de 55 anos, habitante de Tembisa, na África do Sul, mas certamente que todos já sentiram os efeitos nefastos da sua invenção: a vuvuzela.

Pois é, este senhor diz ser o responsável pela criação desde horrível objecto que atormenta todos os que gostariam de ter paz e sossego enquanto assistem ao Mundial de futebol pelo ecrã da televisão da sala.

Maake diz que foi o primeiro a tocar este 'instrumento' quando ainda era criança, tendo a sua ideia sido "roubada" por um empresário anos mais tarde. Mas diz não querer qualquer remuneração pela invenção.

"As pessoas perguntam-me sobre dinheiro, não entendem que eu sou um escravo do futebol. Eu quero é ver as pessoas a divertirem-se, a tocarem a vuvuzela por aí."

Dar-lhe dinheiro? Ele é que devia dar dinheiro a quem é obrigado a ouvir aquele som irritante todos os dias. Esta praga que se propagou nível mundial!

Hoje - ou melhor, ontem, pois já passa da meia-noite (e bem) - enquanto tentava assistir ao jogo inaugural do Mundial quase não conseguia escutar os comentários do jogo. O som ensurdecedor deste estúpido objecto fazia-se ecoar de tal forma, como se fosse eminente a chegada de uma praga de gafanhotos!

Se a selecção egípcia se tivesse apurado para o Mundial, certamente que a deixaríamos de ver após o primeiro jogo.

"Que som é este pah?! Tu queres ver que vêem aí os israelitas com as pragas novamente?? Vamos sair daqui já antes que comecem a chover rãs ou que a água se transforme em sangue!"

Certamente que se no tempo de Moisés já existissem as vuvuzelas, Ramsés não teria esperado pelas restantes maldições para libertar os hebreus. Bastaria soprarem apenas uma vez...


sexta-feira, 11 de junho de 2010

Diplomas para toda a gente

Se há coisa que ainda não percebi é a nova medida do Ministério da Educação para que os alunos que reprovem no 8.º ano passem directamente para o 10.º, sem passar pelo 9.º, bastando para isso fazer alguns exames.

Qual o objectivo deste medida do Governo? Se os alunos chumbam no 8.º é porque, à partida, e salvo raras excepções, aptos para avançar por terem dificuldades na apreensão de conhecimentos.

Se tivermos dois adolescentes de 15 anos que eram da mesma turma, um que se aplicou e passou para o 9.º e outro que ficou retido no 8.º, podem voltar a ser da mesma turma no 10.º. Será que a medida deste Ministério é manter os colegas sempre perto para que não se percam as amizades criadas na sala de aula?

Daqui a pouco tempo nem será preciso ir à escola e tem-se directamente o certificado de licenciatura! Será que o Governo já pensou nisto. Sempre que um bebé nascer poderia fazer-se como se estivesse logo a atravessar as portas da universidade...

"Hei miúdo, já nasceste?Então toma lá um diploma! Agora já podes ir contribuir, não só para o crescimento da população portuguesa, mas também para o aumento de licenciados no desemprego!"

Eu andei na escola durante 15 anos. Apenas 15, porque se lembraram de introduzir o Bolonha durante o meu primeiro ano de ensino superior, cortando um ano, limitando o acesso a várias disciplinas essenciais para o desempenho da minha profissão. Se começam a cortar ainda mais nos anos de escolaridade, o nível de conhecimento dos alunos irá, consecutivamente, descer!

A entrada de Isabel Alçada para o Governo tinha-me criado alguma esperança para que as coisas endireitassem no País, pelo menos na área da Educação. Parece que fui mais um dos que foi iludido. Parece que para escrever livros é fácil mas resolver os problemas dos portugueses já tarefa mais complicada...

Primeiro foi a polémica em torno das avaliações dos professores nos concursos que teve que ser decidida em tribunal. Agora é esta nova medida que me faz recordar os tempos em que jogava Monopoly e saía a carta: 'Vá para a prisão. Vá directamente, sem passar pela casa da partida e sem receber 2.000$00'. Só que neste caso é o oposto, vai-se directamente para o prémio e ainda se é recompensado, certamente com louvores e talvez alguma medalha de mérito atribuída pelo Governo.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

"Natan Jewels, o primeiro controlo remoto inventado"

Estava a navegar pela internet quando me deparei com um 'pack' de publicidades estranhas e ao mesmo tempo com alguma piada. Entre a anúncios a marcas de automóveis, motas, preservativos e alertas da WWF e da Greenpeace o que não falta é imaginação para apresentar os "novos" produtos ou sensibilizar o público para as diferentes temáticas.

Contrariamente ao que costumo fazer nos meus posts, desta feita não me vou alongar demasiado nas palavras, pois a imagem quase fala por si. Muitos (especialmente leitores do sexo feminino) vão achar a publicidade algo machista, por colocar a mulher de um ponto de vista materialista/interesseiro. Não é essa a minha intenção! Apenas gosto de apresentar diferentes conteúdos com que me deparo no dia-a-dia, por vezes acrescentando a minha opinião, mas deixando sempre liberdade aos leitores para tirarem as suas próprias conclusões.

Mas voltemos às imagens, que já têm alguns anitos de existência, pelo que ainda há quem se deva lembrar delas. Tratam de uma publicidade a uma nova colecção de jóias, mais concretamente anéis. O anel, esse pequeno objecto que muitos associam logo casamento. Pois esta publicidade associa o pequeno aro de joalharia não a essa união mas a outra: a necessidade carnal do ser humano.



Através deste comercial, a Natan Jewlery Company mostra como um pedaço de carbono (constituição dos diamantes, para quem não sabe - tal como a grafite, embora com a disposição dos átomos um pouco diferente) pode mudar a forma como algumas pessoas vêem o Mundo e também como certas 'portas' se abrem com facilidade na presença de uma porção de rocha com meia dúzia de quilates.

Muitos a criticaram mas houve também quem acorresse às lojas para testar a fórmula da Natan Jewlery. O que é certo é que a empresa não faliu, pelo que a publicidade deve ter resultado.

"Natan Jewels, o primeiro controlo remoto inventado". A frase da campanha resume tudo...