terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

'Cinderella Man', o homem que nunca deixou de acreditar

Este fim-de-semana assisti a um filme que já andava para ver há bastante tempo. Trata-se de 'Cinderella Man', de Ron Howard. Nesta obra cinematográfica, baseada em factos verídicos, Russel Crowe 'veste' a pele do pugilista James J. Braddock, o Bulldog de Bergen' (como também era conhecido dentro do ringue).

Em 1928, com 23 anos, Braddock era um sério candidato ao título de Campeão Mundial de Pesos Médios, com um registo impressionante de vitórias por K.O., graças ao seu potente gancho direito. Quando, no ano seguinte, surge a oportunidade de combater com Tommy Loughran, a sua vida sofre uma total reviravolta: durante a luta dá um soco mal, partindo a mão direita, o que o levaria a perder a oportunidade de se sagrar campeão e a sua licença de boxeador profissional. A somar à derrota, a Grande Depressão dos EUA faz com que perca todos os seus bens, passando por um período de miséria.

É então obrigado a deixar a sua casa, mudando-se, juntamente com a mulher (Renée Zellweger) e os três filhos, para uma cave.

Sem possibilidade de continuar a lutar profissionalmente, dedica-se então ao trabalho nas docas.

Mas eis que, cinco anos mais tarde, surge nova oportunidade de voltar ao ringue para enfrentar John Griffin, que todos os outros pugilistas evitavam por ser um dos fortes candidatos ao título mundial. Contra todas as expectativas, Braddock vence o duelo, mesmo sem ter treinado desde que abandonara os combates. A motivação era apenas uma: ganhar dinheiro suficiente para que os filhos não passassem fome ou frio. Com as vitórias seguintes ganha nova oportunidade de lutar pelo título Mundial, desta feita pelo de Pesos Pesados, frente a Max Baer (Craig Bierko), que era conhecido por ter provocado a morte de dois oponentes.

É desta forma que ocorre uma reviravolta na vida de Braddock, que viria a receber a alcunha de 'Cinderella Man' pela sua proveniência humilde e por ser um exemplo para milhares de pessoas, que perceberam que não poderiam baixar os braços, devendo continuar a sua luta, sempre com a ideia de que melhores dias surgiriam no horizonte.

Braddock terá vencido o combate com Baer? Ou será que nem sobreviveu aos 15 assaltos? Isso não vou contar, para não estragar o final a quem ainda não viu o filme.

Deixo apenas mais uma nota sobre esta fantástica adaptação cinematográfica: pode ser também comparada com a nossa actualidade. A Grande Depressão que abalou os EUA não destruiu o país. Actualmente a Europa enfrenta uma situação igualmente catastrófica mas, se pensarmos no exemplo de Braddock, que não desistiu, talvez o futuro seja mais risonho. Este pugilista acreditou sempre, apesar de ter perdido tudo. Seremos nós capazes de fazer o mesmo?

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