sexta-feira, 29 de abril de 2011

Thor dá o salto da BD para o cinema

42 anos depois de Stan Lee ter criado a personagem Thor (baseando-se na mitologia dos países nórdicos), chegou o momento de dar o salto da banda-desenhada para o grande ecrã, uma passagem a que fui assistir há apenas umas horas nos cinemas do Alvaláxia.

Já há muito tempo que a mitologia nórdica merecia maior destaque no cinema, elevando-se até às prateleiras em que se situam os gregos e os egípcios (mais os primeiros que os segundos, também algo esquecidos hoje em dia). E aproveito para dizer que ainda falta algo que aborde a questão Celta. Por algum motivo, ultimamente tenho andado interessado no tópico dos deuses vikings e célticas, tendo mesmo já constituído uma listagem da qual fazem parte dez livros, relacionados com os temas, para encomendar (só ainda não vieram porque uma questão de poupança económica em tempos de crise).

Mas adiante, e voltando a este filme em particular. Nesta produção, assinada por Kenneth Branagh, é-nos apresentado um Thor (Chris Hemsworth) ainda na sua juventude, com toda a irreverência e rebeldia que a falta de vivência acarreta. Odin (Anthony Hopkins), pai dos deuses, cansado das batalhas e de complicações decide passar a coroa de rei para um dos filhos, Thor, deus do trovão, ou Loki (Tom Hiddleston), conhecido como deus da trapaça.

O primeiro, detentor do famoso martelo Mjölnir, é o primogénito e o escolhido para suceder no trono. No entanto, o facto de agir antes de pensar, a falta de humildade e espírito estratega levam a que Odin adie essa decisão. Isso, e o facto de desobedecer às ordens do pai, associadas a algumas traições, levam a que o jovem Thor seja banido do Olimpo dos Deuses Nórdicos, que é como quem diz Asgard para o planeta Terra. Antes, porém, são-lhe retirados os poderes bem como o seu precioso martelo, arma que só poderá ser levantada por alguém com enorme nobreza de alma, podendo quase comparar-se com o mito de Excalibur, a espada do Rei Artur, que só poderia ser retirada da pedra por um verdadeiro rei, alguém de coração puro.

Com Thor banido, abre-se caminho para a inveja de Loki, que sempre sentiu ciúmes do irmão. Odin cai num sono profundo e o deus da trapaça assume-se como o novo rei, com a sua primeira tarefa a ser impedir um possível regresso do deus do martelo, algo que colocaria o seu poder em causa.O jovem Thor terá então de aprender a lição, enquanto se preocupa com os obstáculos que o irmão lhe impõe, tentando ainda proteger os terrestres, entre os quais a mulher por quem se apaixona, Jane Foster, interpretada pela recém-oscarizada Natalie Portman.

Algumas arestas podiam ser melhor limadas. A viagem entre planetas parecem quase uma cópia da utilizada nas sagas 'Stargate', com as personagens a ser sugadas por um portal de energia...

Assim se desenrola a primeira aventura de Thor nos cinema, composto por um final que deixa claramente a porta aberta para uma continuação... Uma continuação que já deverá apresentar Thor a juntar-se aos  'Vingadores', como O Incrível Hulk, Iron Man ou o Capitão América, além de Hawkeye. As gravações deverão terminar em 2012. 'Thor' apresenta algumas pistas da continuidade da saga: S.H.I.E.L.D, a agência de defesa e espionagem internacional à qual pertence também 'Tony Stark', ou como é conhecido o super-herói, Iron Man; o próprio nome de Stark é pronunciado por um dos agentes da agência quando surge uma espécie de robot desconhecido (associado inicialmente ao Iron Man); e a participação de Jeremy Renner, que aparece em 'Thor' apenas alguns minutos, mas dá umas luzes sobre a sua personagem 'Hawkeye', detentor de uma pontaria infalível...
Quem gosta de mitologia talvez se vá sentir um pouco defraudado com esta aventura, talvez porque necessita de uma maior abrangência e aprofundamento de personagens mitológicas. Ainda assim, não está má de todo. Quanto à banda sonora, poderia ser bem melhor, apesar de conter um grande tema: 'Walk', do mais recente disco dos Foo Fighters, 'Wasting Light'.

CURIOSIDADE: As estreias em Portugal realizam-se no dia da semana a que chamamos quinta-feira. Este filme não foi excepção. Um dado engraçado é o facto de nalguns países o dia da semana ser conhecido como Thor's Day, como conhecemos em inglês a conjunção de palavras, Thursday.

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