quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Análise sobre a preocupação e o momento em que se fez luz na mente

Já sei que não escrevo aqui há uns meses. Mas estou de volta. Não prometo escrever todos os dias, nem mesmo todas as semanas. Agora, vou escrever apenas quando quiser, quando tiver algo a dizer. Escrever não pode ser uma obrigação mas sim um prazer...

Ora bem, vou então escrever sobre algo que me tem vindo à cabeça várias vezes nos últimos tempos. Algo que me foi dito há vários anos mas que só agora comecei a perceber.

No ano lectivo 2001/2002 andava no 8.º ano. Nessa altura, tive um professor a matemática que não era propriamente popular entre os alunos. Talvez pelos seus modos rudes e algo brutos. Foi ele quem me deu a primeira negativa num teste. Um 47%, se não me engano. Não percebia porque raio tinha tido uma nota tão baixa. Sabia a matéria: Teorema de Pitágoras e Teorema das Alturas.

Na aula seguinte a ter recebido o teste, o professor chamou-me a resolver os exercícios no teste. No final, sem me ter dado indicações durante a resolução, perguntou-me apenas: "Resolveste bem os exercícios. Porque não fizeste isso no teste?". "Não sei", respondi-lhe. 

No final da aula conversou comigo sobre o assunto. 

"Tu não és burro. O teu problema é que pensas de mais nas coisas. Preocupas-te demasiado", disse-me.

"Então e como poderia não me preocupar? É algo importante!", respondi-lhe.

"Por te preocupares tanto, não pensas bem na altura certa. Porque já pensaste demasiado no assunto e não te concentras. No próximo teste, não estudes nada da matéria na véspera. Olha, arranja um livro de astrofísica. Acho que ias gostar do tema. E ia ajudar-te a não te preocupares com o teste". 

Achei aquilo estranho. E mais ainda quando cheguei a casa e disse aos meus pais o que o professor me tinha aconselhado. Claro está que eles disseram que o professor e eu estávamos era malucos. Que se quisesse ter melhor nota tinha era de estudar mais. O assunto estava encerrado... até agora.

Ao longo dos anos tenho comprado muitos livros. Mas, apesar da minha biblioteca pessoal ser composta por um número de quatro dígitos, não consta qualquer volume sobre astrofísica.

Tal como disse, nos últimos tempos, esta história tem surgido uma e outra vez na cabeça. Até que finalmente a percebi. As últimas coisas boas que me aconteceram não foram planeadas. Não me preocupei com elas. Simplesmente aconteceram. 

O livro de astrofísica não era a peça fundamental. Era apenas um elemento para distrair a mente. 

Apliquei a 'fórmula' nos últimos dias. Resulta. Pelo menos tenho-me chateado menos e vivido mais. Não que tenha deixado de me preocupar com tudo, mas iniciei um processo algo selectivo. Centro-me num trabalho, num livro, o que for, e ponho totalmente de lado o que me está a atormentar a cabeça. No final, sinto-me um pouco melhor. 

Obrigado professor José Rebelo. Bem me avisou do caminho que devia ter seguido, mas na altura não o fiz. Talvez tudo tivesse sido diferente se o tivesse feito. Mas agora, não há nada a fazer em relação ao passado. Os 'ses' e os 'talvez' de nada valem. O que importa é o presente, o plano que realmente controlamos. O passado já passou e o futuro ainda está para chegar. O presente é onde podemos 'dar as cartas'.

Como disse Dante Alighieri, é importante ter presente que "Este dia não voltará a nascer". Algo que também se pode relacionar com ideologia de Lowell Thomas: "O dia de hoje é o nosso bem mais precioso. É a única coisa que é realmente nossa".

Em homenagem ao professor que percebeu como eu poderia ter melhorado antes e que me o tentou explicar, hei-de arranjar um livro de astrofísica, de que me farei acompanhar sempre que tiver algo a corroer-me a mente. 

Estes são tempos de mudança. É a verdadeira Mudança dos Tempos... Aproveitem os dias

PS: Quando estava a escrever este texto, estava a passar na TV um episódio de 'Investigação Criminal'. Nele, a agente Ziva David (interpretada por Cote de Pablo) diz a seguinte frase: "Acabamos por perder tudo o que forçamos demasiado". Encontrei ligação com o que escrevi acima (pelo menos para mim fez sentido), pelo que decidi partilhar, especialmente tendo em conta o timming da mesma... 

1 comentário:

  1. Gostei do post, é mais tu... realmente aquele professor era diferente. Ele deu-me um 3 e eu tinha tido duas negativas altas, mas negativas, naquele período, toda a gente ficou indignado e eu também não tinha percebido a razão da nota, mas depois percebi que ele deu-me o três porque eu tinha sido honesta, naquele período todas as turmas dele fizeram um teste de escolha múltipla, e ele fez o teste igual para todas as turmas, a turma que tinha feito o teste antes de nós deu-nos as respostas certas, quando saíram os resultados, houve gente que tinha passado do muito fraco para um teste de 100%, tirando eu e outra colega minha que tínhamos tirado negativa, na altura fui gozada porque eles sabiam que eu tinha as respostas na mala. não as vi porque não quis, mas no final do período valeu-me mais a mim ser honesta do que a eles com os seus testes positivos!

    Em relação ao dares mais importância ao presente e não te preocupares tanto, eu também concordo que tem a ver com as nossas experiências e um bocadinho com a idade, eu sinto que também mudei, cheguei à conclusão que para ser feliz não posso estar sempre angustiada com o que ainda está para vir, e uns dias melhor, outros pior, lá tenho conseguido! ;)

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