Uma questão de igualdade

"O Dia da Mulher, sobre o qual há muito a dizer, quererá dizer que os restantes dias são do homem? Muito curioso. Francamente". A expressão, proferida ontem pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy, gerou alguma polémica um pouco por todo o Mundo, especialmente entre o público feminino.

No dia em que se celebrou, além do Carnaval, o Dia Internacional da Mulher, a questão levantada por Sarkozy é bastante pertinente. Porquê a comemoração de um dia da mulher? Muitos podem dizer que é porque a mulher tem uma vida mais difícil, especialmente a nível de trabalho, que é porque muitas mulheres são vítimas de violência, que são elas quem dá a vida a outro ser...

Vamos por partes. Em relação à primeira eventual resposta, de que a mulher tem uma vida difícil a nível de emprego, o próprio presidente francês salientou o que é importante: "Todas a mulheres desejam trabalhar, ser autónomas, mas não terão iguais aspirações para o seu filho como para a sua filha?"

Não estamos no mesmo Mundo de há dois séculos. As mulheres têm os mesmos direitos e deveres que os homens, são iguais em aspectos de Justiça, Sociedade, Economia, etc.. É certo que existem países em que tal não acontece, em especial nas arábias. Mas esses mesmos países não comemoram o dia da Mulher. Se assim, porque o comemoram as sociedades ocidentais em que a mulher é respeitada?

Quanto à violência, os casos de homens que são vítimas em casa tem vindo a aumentar consideravelmente, pelo que deixou de ser uma justificação puramente feminina. 

Relativamente ao facto da mulher dar origem a nova vida, tanto quanto sei ,continua a precisar de uma quota parte masculina envolvida. De acordo com a História, até hoje, apenas uma mulher conseguiu conceber sem ter necessitado de intervenção do homem, pelo que nos outros casos a possibilidade de dar a vida a outro ser humano é algo partilhado.

Podem acusar-me de ser machista ou qualquer outra nomenclatura que queiram atribuir. Mas quem criou o dia da Mulher não foram as Feministas?

Não pode haver dois pesos e duas medidas. As mulheres querem ser vistas como iguais aos homens devem comportar-se como tal, sem necessitar de recorrer a um dia particular, assumindo-o como seu. 

Esta celebração poderia ter muito significado há uns 60 ou 70 anos, quando se deu uma grande emancipação das mulheres, mas, actualmente, não passa de mais uma manobra de markeeting, mais um dia utilizada pelas marcas para vender produtos: compre o perfume X ou Y, venha com as amigas festejar no restaurante Z, compre o magnifico vestido K neste dia tão importante...

Não considero vital a existência de um dia para a Mulher. Devemos respeita-las todos os dias, isso sim. Não precisa de todo o alarido que se costuma fazer uma vez por ano. Devemos honrá-las, proporcionar o seu bem e tudo o mais, mas para quê fazer propaganda disso? 

Vivemos momentos de crise em que devemos apoiar-nos mutuamente. Nalguns casos há mulheres que sustentam a sua família, noutros são os homens e ainda, cada vez mais raros pelas dificuldades que ambos os sexos têm para encontrar emprego, são os dois a garantir o sustento. Sarkozy compreendeu isso mesmo e foi vaiado pelas suas declarações, quando as mesmas apenas transmitiam um necessidade de igualdade. Tanto homens como mulheres desempenham papéis importantes para a sociedade actual. Não se trata de uma guerra dos sexos!

Seria impensável um Mundo sem qualquer uma das partes.

Todos os dias devem ser da Mulher, bem como todos os dias devem ser do Homem. Sem qualquer distinção nem rivalidade!